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A mostrar mensagens de janeiro, 2018

Americain Graffiti

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FILMES QUE EU AMO / sessão 4 1.      OS MEUS “AMERICAIN GRAFFITI” Em 1980, “Manhã Submersa” foi o filme seleccionado pelo então IPC, Instituto Português de Cinema, para representar Portugal na cerimónia da atribuição dos Oscars. Fora considerado por alguma crítica e pela revista “Nova Gente” como o “melhor filme do ano”, Eunice recebera o prémio de melhor actriz, eu o de melhor realizador, o filme estreara em Cannes, na Quinzena dos Realizadores, com enorme sucesso, de público e de crítica, e depois passara já por algumas dezenas de festivais, onde obtivera sempre algum reconhecimento. Ante estreara em Portugal, no Festival da Figueira da Foz, onde ganhara o prémio CIDALC, fora recebido muito bem na sua estreia em salas comerciais (Quarteto, Cinebolso, em Lisboa, e Charlot, no Porto), numa estreia que contabilizou mais de 80.000 espectadores (depois de a série televisiva ter sido exibida na RTP, o que poderia ter subtraído muitos espectadores ao cinema). Estar entre os cerca

Amarcord

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FILMES QUE EU AMO / sessão 3 1.           MEMÓRIAS DA ADOLESCÊNCIA, EM PORTALEGRE O documentário que realizei, para a RTP, “Humberto Delgado: “Obviamente, demito-o!” (*), tinha como introdução uma evocação dos tempos que passei em Portalegre, entre 1951 e 1958, sete anos durante os quais terei iniciado a formação da sensibilidade, da cultura, dos gostos, da minha maneira de ser e de sentir. Foram anos importantes, marcaram a adolescência, e por isso mesmo me socorri dessa memória para falar do meu “encontro” com Humberto Delgado, que nunca vi pessoalmente, mas que me foi “apresentado” nessa cidade, em 1958, tinha eu 15 anos. Disse no comentário do filme que, nos anos 50, a vida decorria com a normalidade de todos os dias. Salazar dizia que os portugueses deviam viver “habitualmente” e assim se vivia no País em geral, e em Portalegre em particular. Entre 10 de Maio e 8 de Junho desse ano decorreu a campanha eleitoral dos candidatos à Presidência da República, protagonizada pelo

All That Jazz

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FILMES QUE EU AMO / sessão 2 1.   O MEU “ALL THAT JAZZ” Ser conduzido por elevadores e corredores olhando o tecto amarelecido de um edifício quase desconhecido até então, que é, simultaneamente, perdição e salvação, desespero e esperança, é uma experiência radical. Algo que só se vive e se experimenta assim - em situação limite. Ninguém a pode interpretar de fora, ou se está dentro dela, ou não se está. Acordar com uma dor indefinida no peito, opressiva, que se estende ao braço. Tomar as aspirinas que normalmente controlam idênticas dores de origem diversa, reumatismo, uma pontada, um desvio na coluna, perceber que tudo se mantém, que a dor não se esgota e não se afasta, o telefonema para o INEM, os primeiros cuidados, a máscara de oxigénio, a descida em cadeira de rodas, a sensação de impotência a instalar-se, o medo, sim o medo do que virá depois, do desconhecido, do que se não controla, e atravessar a esplanada do café que se frequenta todos os dias, nessa manhã quent